A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito do Brasil. O País manteve o grau de investimento (atestado de bom pagador), mas ficou a apenas um degrau de perdê-lo.
A perspectiva é negativa. Isso significa que o cenário mais provável é de um novo rebaixamento no futuro.
A crise política, que vem dificultando a implementação do ajuste fiscal, e a deterioração da economia foram citadas como as causas do corte.
Para a Fitch, a recessão vivida pelo País será maior e mais longa do que previsto inicialmente. A agência projeta queda de 3% no PIB (Produto Interno Bruto) este ano e de 1% em 2016.
Das três grandes agências, a Fitch era a “mais otimista”. A Standard & Poor’s retirou o grau de investimento do Brasil em setembro. A Moody’s já havia colocado o País a um passo do grau especulativo em agosto.
Com o corte, o Brasil passa a ter, na escala da Fitch, a mesma avaliação da Rússia, já considerada grau especulativo pelas outras duas agências.
Com a notícia, o governo voltou a reforçar que há “urgência” para resolver pendências no Orçamento de 2015 e, principalmente, no de 2016.
O temor é que um novo rebaixamento ocorra já no final deste ano caso cresçam as incertezas de que o governo não aprovará um Orçamento com superavit para 2016.
As prioridades são aprovar a DRU (mecanismo que dá mais liberdade no controle dos gastos públicos) e a CPMF, o imposto sobre movimentações financeiras.
Para isso, o governo considera fundamental o “armistício” fechado com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para salvar o mandato dele e evitar a abertura do processo de impeachment da presidente.
Cunha, por sua vez, creditou ao governo o corte da nota. “O governo precisa fazer sua parte para estabilizar o processo político tendo uma base regular”, disse.
Enquanto o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), criticou a Câmara por barrar medidas para equilibrar as contas públicas, os oposicionistas Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, José Agripino (RN), presidente do DEM, e Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, culparam o Planalto.
O corte na nota mostra, porém, que as soluções estão demorando a aparecer, afirma o economista Fábio Silveira, sócio da GO Associados. Para ele, a lentidão pode aumentar o pessimismo em relação ao desempenho da economia em 2017.
O comportamento do mercado financeiro nesta quinta, 15, mostra que a decisão da Fitch já era amplamente esperada pelos investidores. O dólar comercial fechou em queda de 0,26%, cotado a R$ 3,803. Os juros futuros, outra medida de incerteza sobre a economia do país, também caíram. (Folhapress)
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