delegado do Crato, Diogo Galindo, responsável pela investigação da morte do prefeito de Nova Olinda, Ronaldo Sampaio, disse nesta quarta-feira (27) não haver indícios de suicídio no caso. "O corpo não estava em posição habitual de prática de suicídio, segundo a nossa experiência", diz.
"Essa [a hipótese de suicídio] é a primeira linha de raciocínio e é natural que assim o seja, mas a gente vai aguardar as informações da perícia. É a prova técnica, aliada à prova testemunhal, que vai esclarecer como as coisas realmente aconteceram", explica Galindo.
O prefeito foi encontrado morto no início desta tarde em um matagal no limite com a cidade de Crato, no Sul do Ceará. De acordo com a Polícia Civil, o gestor foi achado sentado, encostado a uma árvore com o cinto em volta do pescoço. Ele estava no fim de uma trilha na comunidade Sítio Zabelê.
Ronaldo Sampaio estava desaparecido desde a manhã desta quarta e o corpo foi encontrado por equipes de buscas dos bombeiros e polícias civil e militar, a cerca de 100 metros de onde teria sido visto pela última vez. "Ele estava em um carro numa estrada com a secretária, parou o carro, disse à secretária que iria ao matagal e não retornou mais. Só foi localizado o corpo horas depois", explica o policial militar Antônio Marcelo Alves.
Afastamento e retornoO corpo de Ronaldo Sampaio será velado a partir das 22h na sede da Prefeitura de Nova Olinda e em seguida será levado à cidade de Antonina do Norte, onde será sepultado.
Denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), em abril de 2016, por ato de improbidade administrativa. em abril deste ano, o prefeito foi afastado do cargo em 10 de maio, pela Justiça estadual por um prazo de 120 dias. O prefeito recorreu da decisão, e em 17 de junho, conseguiu retornar ao cargo por decisão monocrática da presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-CE), desembargadora Iracema do Vale.
Três dias após retornar ao cargo, Ronaldo Sampaio foi afastado do cargo pelo poder legislativo,durante a sessão do dia 20 de junho da Câmara Municipal de Nova Olinda. Em 22 de julho, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar determinando a suspensão do afastamento de Ronaldo Sampaio.
Acusação
De acordo com as investigações do Ministério Público, entre 2014 e 2015, o prefeito contratou a então namorada como psicóloga na rede de saúde do município, mas ela nunca prestou serviço naquele município. Simultaneamente, a namorada do prefeito cumpria contrato de trabalho, na cidade de Codó, no Maranhão, distante 700 quilômetros de Nova Olinda.
De acordo com as investigações do Ministério Público, entre 2014 e 2015, o prefeito contratou a então namorada como psicóloga na rede de saúde do município, mas ela nunca prestou serviço naquele município. Simultaneamente, a namorada do prefeito cumpria contrato de trabalho, na cidade de Codó, no Maranhão, distante 700 quilômetros de Nova Olinda.
Pelo contrato com Nova Olinda, ela recebeu um valor mensal de R$ 1.500 durante os meses de fevereiro de 2014 a setembro de 2015, totalizando R$ 30 mil ao longo de 20 meses. Além do prefeito, outras quatro pessoas são investigadas pela prática de improbidade administrativa
A denúncia sobre a contratação de funcionários fantasmas foi feita pela ex-servidora do município Wildiane Bezerra. "Eu procurava nas folhas de pagamentos e ela [Viviane Chaves] não constava. Mas no portal da transparência já constava", afirmou.
SITE: G1
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