quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

POLICIA PROCURA HOMEM QUE MATOU MÃE E CASAL DE GÊMEOS EM MINAS GERAIS

A Polícia Civil de Uberaba, no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais procura o segundo envolvido nas mortes da jovem Izabella Marquez Gianvechio, de 22 anos, e dos filhos dela, o casal de gêmeos Ana Flávia e Lucas Alexandre, de 40 dias. O homem é Antônio Moreira Pires, apontado como executor da mãe e das crianças. Na noite de de domingo, ele foi cercado em uma mata em Sacramento. Poucas horas antes, o empreiteiro Matuzalém Ferreira Júnior, de 49, amante de Izabella e provável pai dos gêmeos, havia se apresentado à polícia e confessado o crime. Ele contou que contratou Antônio para ajudá-lo.

A história de horror, que revoltou a população de Uberaba, teve início na quinta-feira, quando Izabella e as crianças embarcaram em Uberaba em um carro dirigido por Matuzalém. Um outro homem entrou no veículo um pouco à frente. Foi a última vez que a jovem, uma comerciária desempregada, foi vista com vida. No sábado, a família teve a confirmação da morte, pois o corpo da jovem havia sido encontrado dois dias antes numa estrada em Aramina (SP), a 44 quilômetros do município mineiro. Ela foi assassinada com um tiro. As crianças continuavam desaparecidas e havia a esperança de que elas estivessem vivas.

Polícia Civil/Divulgação


As investigações tiveram início no mesmo dia e ontem, com a prisão de Matuzalém, o crime foi desvendado e as esperanças de encontrar as crianças com vida terminaram. O empreiteiro contou que o casal de gêmeos foi morto a tiros por Antônio Moreira, mais conhecido como “Pedrão”, e que os corpos haviam sido abandonados num matagal próximo à cidade paulista de Buritizal. As crianças foram baleadas nas cadeirinhas onde eram transportadas pela mãe. Matuzalém levou os policiais ao local onde os corpos estavam.

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O empreiteiro procurou se livrar da responsabilidade pelas mortes e disse que foi “Pedrão” quem matou a mãe e as crianças, contra a sua vontade. Ele afirmou que a ideia era “apenas dar um susto em Izabella”, que estava exigindo o reconhecimento da paternidade das crianças, mas que o pistoleiro perdeu o controle e matou todos. Mas os investigadores acham que “Pedrão”, que tem passagens pela polícia, agiu a mando do empreiteiro, que o teria contratado especificamente para executar a mulher e os bebês.

Jairo Chagas/Jornal da Manhã/Estado de Minas


Cerca de 50 amigos e parentes de Izabella compareceram à delegacia onde o empreiteiro prestava depoimento e a segurança teve de ser reforçada. Revoltados, alegaram que o crime foi premeditado. No dia 12, o homem, que é casado e mora em Sacramento, também no Triângulo, marcou um encontro com Izabella, afirmando que iria resolver a questão da paternidade. O encontro foi acompanhado por um parente da vítima, que seguiu o veículo de Matuzalém, um Fox, e filmou quando outro homem entrou no carro. Em seguida, o veículo seguiu pela BR-050, em direção a São Paulo, onde os crimes foram cometidos.

Execução a tiros
Segundo a delegada Carla Bueno, que investiga o caso, os autores planejaram o assassinato de Izabella e das crianças. Eles seguiram pela BR-050 e numa rodovia estadual, em Aramina, executaram a mulher com um tiro na cabeça e jogaram o corpo num matagal. Em seguida, foram para Buritizal, onde os bebês foram mortos. Após os assassinatos, a dupla seguiu até Pedregulho (SP), onde o veículo usado no crime foi queimado. De lá, eles retornaram para Sacramento. Quando a notícia da morte da jovem foi confirmada, eles fugiram, mas o caso acabou desvendado.

Apenas dois encontros
De acordo com a família de Izabella, ela teve apenas dois encontros com Matuzalém e ficou grávida. O empreiteiro já tem um casal de filhos gêmeos adolescentes. Ele é conhecido em Sacramento, já que recentemente faliu e causou prejuízos a fornecedores e empregados. A jovem, desempregada, trabalhava no comércio em Uberaba, onde morava com a família. Além dos gêmeos, Izabella, que era solteira, era mãe de uma menina de três anos.

Reprodução/Facebook
Depois do nascimento do casal de gêmeos, ela procurou Matuzalém e insistiu para que ele assumisse a paternidade. A jovem chegou a ir a Sacramento, na tentativa de resolver a situação. Preocupados, amigos e parentes queriam que ela procurasse a Justiça para exigir o exame de DNA, mas a conversa acabou ocorrendo e Matuzalém afirmou que iria pagar o exame, conforme contou Douglas Tancredo Gomes do Carmo, de 30, cunhado da vítima.

No dia do teste, disse que não tinha dinheiro. e o caso ficou em suspenso. Mas no dia 10, a Justiça solicitou à jovem que informasse o nome do pai das crianças, com a finalidade de reconhecimento da paternidade. A família não sabe se Izabella contou a Matuzalém sobre o pedido da Justiça, mas acha que isso pode ter precipitado os planos para o triplo assassinato. Ele marcou encontro com ela dois dias depois, alegando que queria conhecer os bebês. O local escolhido foi o shopping da cidade. A promessa era ir ao supermercado comprar leite e outros artigos para as crianças.

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