A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai investigar ataques racistas na internet contra a atriz Taís Araújo.
Na noite do último sábado, 31, uma foto publicada no perfil pessoal da atriz no Facebook recebeu diversos comentários chamando-a de “macaca”, “criola”, “cabelo de esfregão”, entre outras ofensas. Em uma delas, o internauta provocava: “me empresta teu cabelo aí pra eu lavar a louça”.
Segundo o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), Ronaldo Oliveira, a identidade dos autores -a maioria, portadores de perfis falsos- será investigada, e eles serão intimados a depor. A atriz também deve ser ouvida. O caso foi enviado à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) para instauração de inquérito para apurar o crime de racismo.
Ontem, Taís Araújo fez um desabafo em sua página oficial: “É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários.”
O episódio gerou comoção nas redes sociais. Até a noite de ontem, mais de 320 mil pessoas, entre elas centenas de artistas, haviam curtido o post da atriz, e outras 46 mil haviam compartilhado a postagem de Taís Araújo se solidarizando à atriz. A hashtag #SomosTodosTaísAraújo, em defesa da artista, entrou para os trending topics no Twitter já na manhã do domingo.
Punição
O crime de injúria está previsto no artigo 140 do Código Penal e consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém “na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena pode chegar a três anos de reclusão. Se o promotor entender que houve racismo, os acusados podem responder pelos crimes previstos na Lei 7.716, de 1989. Há várias penas possíveis para racismo, entre elas prisão e multa. O crime de racismo não prescreve e também não tem direito à fiança. (com agências)
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