O ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi a Natal (RN) nesta quinta-feira dar início à Operação Potiguar, para combater a onda de ataques criminosos no estado desde a sexta-feira. Cerca de 1.200 homens do Exército, Marinha e Aeronáutica vão se integrar às forças de segurança pública estadual. Apesar de parte dos agentes já estar nas ruas, duas pessoas morreram e três ônibus escolares foram incendiados na madrugada de hoje. Os veículos destruídos estavam estacionados no pátio da prefeitura de Governador Dix-Sept Rosado, município da região Oeste potiguar.
Dois homens foram mortos durante uma troca de tiros com policiais militares que trabalham na segurança do secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino. Segundo o próprio secretário, o confronto aconteceu durante uma tentativa de assalto a uma loja de móveis no bairro de Neópolis, na Zona Sul de Natal, próximo a um posto de combustíveis na rua Maranhão. Virgolino disse ao G1 que chegou ao local minutos depois. Os policiais não se feriram.
Segundo o último boletim da Secretaria de Segurança, foram registrados até agora 106 ataques em 36 cidades: 61 incêndios, 30 atentados a fogo, 7 disparos contra prédios públicos e proximidades, 4 ataques envolvendo artefatos explosivos e 4 depredações. Trinta e dois veículos foram incendiados. Segundo o governo, os crimes são uma retaliação da instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim.
Os 1.200 homens, segundo o ministro, serão empregados no patrulhamento das ruas e na ocupação de corredores de ônibus, pontos turísticos, acesso ao aeroporto e na principais vias de Natal e da Grande Natal. Os militares podem fazer prisões em flagrante.
— O objetivo é auxiliar no patrulhamento e, com isso, poder liberar os policiais que antes estavam nesses locais para ocupar outras áreas, inclusive cidades do interior do Estado.
Os militares nâo têm poder para fazer incursões na periferia das cidades e também não irão ajudar nas investigações dos crimes.
Em entrevista coletiva, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, quebrou o protocolo e fez um apelo ao ministro Raul Jungmann.
— Apelo em nome do povo do Rio Grande do Norte. Peço que seja feito um aditamento desse prazo de permanência das tropas aqui no nosso Estado. O ideal é que esses bravos homens fiquem conosco até o governo do estado conseguir implantar bloqueadores de celular em todas as unidades prisionais — pediu o governador.
De acordo com Faria, o prazo para conseguir intalar os bloqueadores é de cerca de dois meses. Raul Jungmann disse que irá analisar a solicitação.
— Há a maior boa vontade do governo federal para ajudar o Rio Grande do Norte. Mas temos que estudar esse pedido. Se for possível, iremos atender esse pleito.
SITE: O GLOBO
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